A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele que comumente afeta o couro cabeludo. Alguns pacientes a chamam também de psoríase capilar, e ela pode aparecer como placas róseas, arroxeadas ou acastanhadas na cabeça com uma descamação espessa, afetando somente uma parte ou toda a cabeça, chegando até a região do pescoço, testa e orelhas. E ela não é contagiosa!
Quem trata psoríase?
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O Dr Gabriel Fernandes é médico dermatologista em São Paulo e associado da Sociedade Brasileira de Dermatologista.
Com o seu Registro de Qualificação de Especialidade pelo Conselho Federal de Medicina, o Dr Gabriel é especialista em tratar as doenças da pele, cabelo, couro cabeludo e unhas.
Na sua residência médica no Hospital São Paulo, ele atendeu muitos pacientes com diversos tipos e formas de psoríase.
No consultório, o Dr Gabriel trata de pacientes com esta condição que conseguem acesso a medicamentos eficazes seja via o sistema público ou privado.
E o que é a psoríase?
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Esta é uma doença crônica, imunomediada, que acomete a pele, unhas e articulações. Ela acontece quando as células de defesa do nosso corpo começam a atacar as nossas células saudáveis da pele, levando à rápida proliferação destas células e à formação das características placas da psoríase.
Ela afeta o couro cabeludo em até 80% dos pacientes que têm o diagnóstico de psoríase. Geralmente é um dos primeiros locais do corpo a mostrar os sinais da doença, e a probabilidade de se ter as placas nesta região aumentam com o tempo.
Sintomas
Os sintomas variam de paciente para paciente, assim como a intensidade deles, mas tipicamente incluem:
- Coceira e dor: muitos pacientes reclama de coceira importante, levando a desconforto, dor e até sangramento;
- Descamação: as escamas esbranquiçadas, e até quase prateadas, são visíveis, e causam vergonha e ansiedade social;
- Placas espessas: as regiões afetadas aparecem como uma pele espessada, inflamada, que pode ser avermelhada, roxa ou acastanhada.
Possíveis complicações destes sintomas incluem a perda de cabelo (principalmente devido ao atrito da coceira) e também infecções da pele, já que com a formação de feridas, bactérias podem penetrar a pele, levando a formação de lesões dolorosas, purulentas, que podem se espalhar.
O impacto da psoríase do couro cabeludo na qualidade de vida
A presença dos sinais e sintomas da doença nesta região pode afetar profundamente a qualidade de vida do paciente. Eles comumente falam sobre os olhares que recebem das outras pessoas, e como situações sociais lhes causa desconforto, ansiedade, e não conseguem relaxar por conta da descamação que é visível, ou por simplesmente não conseguir parar de coçar a cabeça. O estresse emocional associado à psoríase do couro cabeludo pode levar a:
- Isolamento social: as pessoas passam a evitar atividades sociais onde tenha que se expor o couro cabeludo, natação, praia, academia;
- Efeitos psicológicos: a natureza crônica da condição pode levar a ansiedade e depressão, especialmente em pacientes que se sentem mais impactados pela aparência;
- Limitações no estilo de vida: pacientes passam a ter dificuldade em realizar penteados ou escolher roupas que possam acabar atraindo olhares para a sua cabeça.
O diagnóstico
O diagnóstico desta forma da doença pode muitas vezes ser atrasado. Isso acontece pela confusão que pode ser feita com outra condição de pele, a dermatite seborreica, ou famosa caspa, que também pode se apresentar com vermelhidão e descamação. Contudo, no caso da dermatite seborreica, a descamação costuma ser fina, e ela pode acontecer em lugares diferentes como nas sobrancelhas, no canto do nariz.
Um dermatologista experiente consegue no exame físico e pela história do paciente fazer o diagnóstico sem dificuldade, ao examinar o couro cabeludo, mas também as unhas e toda a pele do paciente. Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma biópsia da pele para confirmar a suspeita da doença.
Opções de tratamento
Pode ser desafiador se ver livre das lesões devido aos fios cabelo que podem esconder as lesões e torna mais complicada a aplicação de medicamentos,
Tratamentos tópicos
- Corticoesteroides: estes medicamentos antiinflamatórios são muito utilizados para reduzir a vermelhidão e descamação. Eles podem ser encontrados na forma de cremes, loções, géis, pomadas e xampu. Deve se ter cuidado com a aplicação não orientada por um médico dermatologista, já que o uso inadequado deste tipo de remédio pode causar estrias, irritação, e atrofia da pele.
- Análogos de vitamina D: este tipo de remédio diminui a proliferação das células
- Ácido salicílico, ictiol, etc: estas e outras substâncias podem ser encontradas em xampus comuns de farmácia e podem amenizar os sintomas de coceira e descamação.
- Combinação de terapias: estudos recentes mostram que combinar estes tratamentos tópicos pode ser mais eficaz do que usa-los de forma individual.
Apesar da disponibilidade dos tratamentos tópicos, muitos pacientes encontram desafios para melhorar os sinais e sintomas da psoríase no couro cabeludo. Entre as dificuldades encontradas, estão:
- Cosmética: muitos medicamentos em pomadas, cremes podem ser desconfortáveis devido a sua textura, a aparência que deixam após a aplicação, e até o cheiro destes tratamentos. Com isso, muitos pacientes não aderem à forma ideal de utilização do medicamento.
- Dificuldades na aplicação: a presença do cabelo dificulta a aplicação, juntando isso com o fato de que muitas destas opções precisam ser aplicadas mais de uma vez ao dia, levando frustração e insatisfação com o plano de tratamento.
- Necessidade de um tratamento individualizado: muitos médicos não entendem as peculiaridades de cada paciente em realação ao seu cabelo, e o quanto ele afeta a percepção de autoestima e de bem-estar da pessoa. Dessa forma, os pacientes muitas vezes ficam presos a tratamentos que causam mais desconforto do que benefícios.
Tratamentos sistêmicos
Para casos moderados a grave, tratamentos sistêmicos (comprimido ou injeção) podem ser necessários. A gravidade da doença no couro cabeludo é medida principalmente pelo quanto a doença afeta a qualidade de vida do paciente.
Estes medicamentos podem ter um alto custo. A boa notícia é que muitos deles estão disponíveis no SUS e através dos convênios e planos de saúde.
Entre as opções de tratamento que podem ser prescritas por um médico dermatologista, incluem:
- Medicamentos imunossupressores convencionais: via oral, tomados diariamente ou semanalmente. Precisam de controle com exames frequentes;
- Imunobiológicos: injeções via subcutânea (na gordura), que podem acontecer semanalmente, mensalmente, trimestralmente.
- Pequenas moléculas: via oral, tomados diariamente
6 Dicas:
- Procure xampus específicos: procure xampus “anti-caspa” ou “PSO” que contenham ingredientes como ácido salicílico, ictiol, cetoconazol. Eles podem auxiliar na diminuição da inflamação e sintomas
- Evite irritantes e dicas de remédios caseiros: evite pintar o cabelo, ou realizar alisamentos até ter controle da doença. Não utilize alimentos ou substâncias ou receitas caseiras, isso pode piorar os sintomas.
- Seja gentil: ao lavar a cabeça ou pentear os cabelos evite esfregar a região e evite o uso constante de esfoliantes. Prefira produz sem perfume e sem “pedrinhas”.
- Manje o estresse: o estresse emocional pode ser um fator de piora. Tente incorporar ar no seu dia técnicas de mindfullness, meditação, ache uma atividade que te traga prazer e relaxamento.
- Tenha uma alimentação balanceada: evite exageros e não tire da sua dieta nenhum tipo de alimento, ao não ser que tenha sido encontrado outro diagnóstico que justifique esta retirada.
- Consulte um dermatologista: na consulta, leve o que já utilizou e o que tem utilizado para aliviar os sintomas, e conte se tem sido suficiente, ou se a doença tem afetado a sua qualidade de vide. O médico dermatologista deve acompanhar seu tratamento e te oferecer a melhor opção de forma individualizada e eficaz.
Lembre-se
A psoríase do couro cabeludo é comum e pode afetar profundamente o cotidiano de uma pessoa e a forma como ela vive. Entender os sintomas, seus fatores de piora, e conhecer as opções de tratamento são pontos essenciais para levar na consulta com seu médico dermatologista. A psoríase tem tratamento!
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